Equipamentos Culturais

Teatro Experimental Waldemar Henrique

TEATRO EXPERIMENTAL WALDEMAR HENRIQUE

Criado oficialmente em 17 de setembro de 1979, em meio a um ato público. Sendo resultado de uma grande mobilização política da classe artística, sobretudo de autores, atores e técnicos teatrais, onde a reivindicação maior era a disponibilização de um espaço alternativo, com a marca do experimentalismo, da inovação, o que não era adequado num teatro como o Teatro da Paz, uma vez que a partir da década de 40, os grupos de teatros estudantis movimentaram a capital, destacando-se o Teatro Universitário do Pará (TEP) iniciado em 1941, do qual fez parte Margarida Schivazzappa, diretora de inúmeros espetáculos.

O TEP fez nascer em 1950, o Teatro Universitário do Pará. O prédio do TEWH é uma edificação típica da arquitetura eclética, onde predominava o estilo Art Noveau característica do início do século em Belém.

Em 1952, surgiu o Norte –Teatro Escola do Pará, originado do conjunto Os Novos- Teatro do Estudante do Pará, que segundo Vicente Salles, refletiu nos seus primeiros passos, a tendência universalista que havia relacionado o teatro brasileiro, e em 1963, com a criação da Escola de Teatro da Universidade Federal do Pará, o movimento teatral em Belém tomou novos rumos, havendo a sistematização da formação do ator, com o curso básico oferecido pela instituição, surgindo vários talentos a partir dele e conseqüentemente a formação de novos grupos teatrais.

Na década de 70, esses grupos procuraram um novo momento de efervescência no teatro amador de Belém, podemos citar os grupos: Experiência, Cena Aberta, Gruta, Estúdio de Pesquisas Artística (EPA) e o teatro Equipe do Pará, que iniciaram suas atividades nessa época e continuam sendo as principais referências no Pará, exceto os dois últimos que já foram extintos.

Em fevereiro de 1978, segundo registram os jornais, a Secretaria de Cultura, Turismo e Desportos, mobiliza esforços no sentido de transformar o antigo imóvel da Associação Comercial do Pará, localizado na Praça da República, um auditório, que poderia ser ao mesmo tempo um teatro de bolso, uma sala de espetáculos e um local para palestras, e em março do mesmo ano iniciou as negociações.

Naquele momento encontrava-se em Belém, o renomado arquiteto e cenógrafo Luiz Carlos Ripper, sendo então convidado para fazer o projeto de restauração e adaptação do prédio.

No dia 01 de maio, o contrato de locação foi assinado por cinco anos e assim foram iniciadas as obras.

O Teatro Experimental Waldemar Henrique, nasce ligado juridicamente ao Teatro da Paz, sendo inaugurado em setembro de 1979, em meio a um ato público, e no período de 18 a 23 de setembro, o Grupo de Teatro Amador Arte Nossa abre a pauta com a apresentação da peça “A História do Juiz de Renato Pallotini”.

Em dezembro de 1985, foi fechado novamente para obras de restauro e ampliação, sendo reaberto em novembro de 1986, mas as obras continuaram e a pauta só pode ser reiniciada em abril de 1987.


No início da década de 90, as atividades do teatro foram marcadas por impasses políticos entre a classe artística e a Secretaria de Cultura, sendo a mais importante reivindicação a desapropriação do imóvel e a derrubada de uma parede que ficaria conhecida como “o muro da discórdia” ou “o muro da vergonha”.


Uma vez que o TEWH até 1996, nunca ocupara todas as dependências do prédio, pois a Empresa de Turismo Ciatur se instalou em pelo menos uma quarta parte dele.

Durante a reforma de 1986, a empresa aproveitou para comunicar à direção da casa de espetáculo que iria construir uma parede isolando a área da empresa de Turismo. A direção não aceitou a proposta, porém a mesma foi construída. Após alguns dias, durante manifestações político-culturais em frente ao Teatro, os artistas resolveram derrubá-la, com marretas, pás e picaretas.

Entretanto a questão não foi resolvida, o prédio continuou de posse da ACP, a Ciatur continuou no local, erguendo nova parede, dessa vez com o reforço de uma placa de aço por dentro do concreto.

Em 1995, a Secretaria de Estado de Cultura, retomou as negociações com a Associação Comercial do Pará e no dia 27 de fevereiro de 1996, o Radium, que fora construído para ser cinema e passou a ser teatro, volta a ser efetivamente propriedade e responsabilidade do governo.

No dia 21 de janeiro de 1997, o “muro” caiu, durante um happening promovido pela SECULT, com a participação dos artistas, naquele dia começava a ser escrito um novo capítulo na história do teatro.

Capacidade do Teatro: 240 lugares, sendo que 20 lugares são para os portadores de deficiência, idosos e outros.