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Veios Femininos, Devotos no veio 

Itatiane Moraes e Maurileno Sanches


A Galeria Theodoro Braga recebe em dezembro de 2025 a exposição coletiva dos artistas paraenses Itatiane Moraes e Maurileno Sanches, premiados no edital de apoio à produção artística “Prêmio Branco de Melo 2025”, da Fundação Cultural do Pará (FCP). A mostra consiste em uma grande instalação de esculturas feitas com madeira reaproveitada da Amazônia, abordando temas como memória, ancestralidade, devastação ambiental e religiosidade popular.

As esculturas de Itatiane Moraes são produzidas a partir do nó do taperebazeiro, uma formação natural que se desprende do tronco da árvore e pode ser encontrada nas margens das praias do município de Cametá, no Pará. Com o avanço do desmatamento, esse material tem se tornado cada vez mais raro. A artista utiliza esse elemento como uma metáfora da fragilidade do meio ambiente e da urgência de preservação. Suas obras retratam corpos de mulheres emergindo de ferramentas de escultura – como goivas, facas e formões – representando a luta feminina em contextos opressores.


Já o artista Maurileno Sanches cria imagens sacras estilizadas a partir de madeiras de acapu, tradicionalmente utilizadas nas palafitas da Comunidade da Vila da Barca, em Belém (PA). O artista resgata esteios antigos, com mais de 20 anos, deixados para trás durante o projeto de urbanização da comunidade. Essas madeiras, resistentes à água e ao tempo, ganham nova vida nas mãos do artista, propondo uma reconstrução do imaginário amazônico e popular através da arte sacra.


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