Belém sediou, nos dias 12, 13 e 14 de dezembro, a etapa presencial do FERA — Festival de Roteiro Audiovisual da Amazônia, evento que reuniu roteiristas dos sete estados da região Norte com o objetivo de valorizar e impulsionar o talento local, promovendo a qualificação de roteiros originais que retratam a Amazônia, suas culturas e diversidade. A programação presencial ocorreu na Casa da Linguagem e no Museu da Imagem e do Som (MIS), com atividades abertas e gratuitas ao público.
Iniciativa da Duda Filmes, produtora do Amapá, o festival funcionou como um laboratório de storytelling (contação de histórias) e um evento de mercado para a região. Viabilizado pela Lei Rouanet, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e realização do Ministério da Cultura, o FERA adotou um formato híbrido, que combinou mentorias online com oficinas e laboratórios presenciais conduzidos por profissionais de referência do audiovisual brasileiro.
Na edição de 2025, o festival registrou 71 inscrições em categorias que abrangeram longas, curtas e séries, tanto de ficção quanto documentais. Ao todo, 19 projetos foram selecionados para a fase final de aprimoramento. "O FERA nasceu do desejo de fortalecer o protagonismo criativo da Amazônia. Nosso compromisso foi abrir caminhos para que roteiristas da região pudessem desenvolver suas narrativas com qualidade técnica e visibilidade", destacou Ana Vidigal, coordenadora-geral e idealizadora do festival.
Entre os selecionados, o intercâmbio regional foi um elemento central. O roteirista Ivan Carlo, do Amapá, participou com o curta de ficção de terror Deja-vu. "Participar deste festival foi a chance de aprimorar nossos roteiros para competir em nível nacional e trocar experiências com profissionais de toda a região", afirmou.
Para Wendril Kalloan, do Amazonas, autor da série de ficção Salve Rainha, o evento ocupou um lugar estratégico de afirmação de identidade. "As narrativas amazônicas têm exatamente o que o mercado busca: identidade forte, territorialidade e conflito real. O FERA foi um catalisador, uma ponte com players importantes para mostrar que nós existimos", pontuou o roteirista durante as atividades.
A agenda presencial teve início na última sexta-feira (12/12), com o lançamento do filme convidado O Barulho da Noite, dirigido por Eva Pereira. Logo após a exibição, foi realizada a mesa de abertura oficial do 2º FERA, que contou com a participação da Secretária de Cultura do Pará, Úrsula Vidal, além de gestores, cineastas e da coordenação do festival.
No sábado (13/12), as discussões focaram nos aspectos estruturantes do setor com a mesa "Os desafios e estratégias para a produção audiovisual da Amazônia". O debate reuniu profissionais como Jorane Castro e Zienhe Castro, seguido pela exibição do filme Concerto de Quintal, produção de Porto Velho assinada por Juraci Jr. 
O encerramento do festival, no domingo (14/12), foi marcado pela exibição da obra Terruá Pará, de Jorane Castro. O evento culminou na cerimônia de premiação, que contou com a presença de representantes do Instituto Cultural Vale e da Secretaria de Estado da Cultura, momento em que foram entregues os troféus e as menções honrosas aos roteiristas que se destacaram nas categorias de Longa, Curta e Séries.
Ao acolher o FERA na Casa da Linguagem, a Fundação Cultural do Pará (FCP) reafirma sua posição na execução de políticas públicas de cultura. A integração de equipamentos públicos à dinâmica do festival demonstra o compromisso permanente da instituição em oferecer infraestrutura para a formação de novos talentos e para o fortalecimento da cadeia produtiva audiovisual na Amazônia. Acompanhe as ações da FCP pelo nossa rede social.